Sessão Reggae

Olá Pessoal,

O Sessão Reggae tem um enorme prazer e satisfação em lhes apresentar a nova estrela do Reggae nacional: Aline Duran. Com sua voz forte, imponente e ao mesmo tempo doce e suave, Aline acaricia nossos ouvidos com suas canções. Com melodias que nos dão a impressão de levitar, transmite toda a emoção que o amor e todos os sentimentos nos proporcionam.



Desde o lançamento de seu primeiro CD, em parceria com a Deckdisc, nos propõe uma nova interpretação do Reggae nacional. O trabalho chamado “Novo Dia”, tem dez faixas autorais e uma releitura de "Everything I Own" da Bread (banda de Soft Rock norte-americana), mostrando toda sua criatividade e talento, justificando os holofotes que têm sido direcionados a ela desde então.

Com a participação de músicos consagrados como Bi Ribeiro, João Fera, Ronaldo Silva, Marlon Sette, Rodrigo Sha, Black Alien e o DJ Marcelinho da Lua, "Novo Dia" é considerado pelos críticos da cena, como um dos grandes trabalhos do Reggae contemporâneo, por conter diversas influências e fundir o Reggae com a Black Music, Dancehall, Ragga e MPB, sem se distanciar da raiz.



Aline nos trás um estilo diferenciado, moderno e dançante, com letras inteligentes e inteligíveis, falando da vida e da importância de se ter fé, amor e positividade dentro de si, fazendo uma viagem por temas que vão do romantismo ao protesto e conscientização das pessoas.

Buscando uma explicação [rs] para tanta inspiração, o Sessão Reggae apresenta sua primeira entrevista, onde Aline nos fala sobre o início de sua carreira e trabalho, do atual cenário do Reggae nacional e deixa um recado para nós fãs e bandas independentes.

Veja:

[Sessão Reggae] – Sua carreira começou em 2003 e nesses seis anos têm conquistado mais espaço e respeito, pela qualidade musical, técnicas e profissionalismo. Como foi Vida X Carreira até 2003, no sentido de se preparar, capacitar e se profissionalizar, para entrar no cenário?

[Aline Duran] – Eu trabalhava com Hotelaria e Eventos, além de dar aulas de dança e paralelo a isso, eu comecei a estudar canto (aulas particulares) e violão, pois já tinha a intenção de montar uma banda. Em 2003, uma oportunidade de trabalhar em Londres apareceu ao mesmo tempo da chance de entrar pra uma banda de reggae. O amor à música falou mais alto, não fui pra Londres, larguei o emprego daqui e daí em diante começou minha a trajetória na música e no Reggae.

[Sessão Reggae] – Desde 2007, você têm participado de circuitos internacionais de Reggae importantes, por levarem cantores “Sêniors” do cenário jamaicano a lugares “nunca antes navegados”, chegando até mesmo a cantar junto uma linda melodia acompanhada de Don Carlos, no Reggae Heroes 2009. A que atribui essas importantes participações? Elas chegam a abrir portas ou funcionam mais como “testes” profissionais?

[Aline Duran] – Atribuo a Deus, que sempre esteve do meu lado iluminando tanto os caminhos a seguir quanto pessoas de bem pra estarem do meu lado. Sempre trabalhei de forma séria e procurei estar com gente séria do cenário também. As oportunidades apareceram através destes contatos e acredito que a partir daí, se o trabalho for contínuo, mais portas se abrem. Cantar com Don Carlos foi algo espontâneo da parte dele e eu não esperava por isso. Ele sempre apresentava a banda no final do show e acabou me chamando no palco pra cantarmos juntos, isto acabou acontecendo nos três últimos shows da turnê e eu me senti muito feliz e honrada (assista ao vídeo). Não se tratava de teste e sim de respeito mútuo, que ele fez questão de demonstrar por mim, pela banda e pelos produtores.

[Sessão Reggae] – Há um movimento hoje no cenário Reggae nacional, em prol da independência, não só fomentado pelo Sessão Reggae, mas por todos de alguma forma envolvidos no meio. Esse movimento é resultado da falta de apoio e espaço para artistas regueiros, que ainda hoje, por mais profissionais que sejam, sofrem preconceitos diversos. Sem esse movimento, muitas bandas hoje não teriam o espaço que têm, como Ponto de Equilíbrio, Natiruts, Aline Duran, etc. Qual a importância têm hoje uma gravadora independente na “vida” do artista? Como se dá o trabalho com elas? Fica livre realmente ou algum malefício das grandes gravadoras foi herdado por elas? A partir dessas novas idéias propostas por elas, elas podem chegar a ser de alguma maneira, iguais às gravadoras monopolistas de hoje?

[Aline Duran] – Ser artista independente significa matar um leão por dia pra sobreviver, fazendo tudo sozinho. Ter uma gravadora, mesmo que independente significa que pessoas acreditam no seu trabalho e podem te ajudar a ter um bom produto no mercado, ou seja, um disco com qualidade e dar uma maior visibilidade para ele. As idéias são propostas e não impostas, ao menos no meu caso foi assim. É uma parceria e em conjunto se decide o que é melhor para o projeto. Tive receio de não me sentir livre artisticamente e por sorte, o perfil da minha gravadora não é este. De novo, Deus sabe onde e com quem me coloca pra continuar meu trabalho.

[Sessão Reggae] – Quando se é independente, parcerias são muito importantes para a concretização de projetos. Fale um pouco como foi fazer parcerias na produção do álbum, com artistas renomados do cenário musical nacional, como o Bi Ribeiro e principalmente com músicos que quebraram paradigmas musicais e sócio-culturais, trazendo a cultura “undergroud” à tona e influenciando muito essa nova geração, como o Black Alien.

[Aline Duran] – As parcerias foram idéias do produtor Rafael Ramos e minha, e sem querer, pensamos nas mesmas pessoas. Alguns eu já queria trabalhar junto desde a época da minha Demo, como no caso do Black Alien e do Marcelinho da Lua, que por coincidência (se é que isto existe – e nisto eu não acredito) também são artistas da Deckdisc. Mas basicamente, as parcerias surgiram após o Rafael mostrar meu projeto para estas pessoas e elas então, resolveram participar. Foi muito bom ter Bi Ribeiro e tanta gente de peso participando do disco.

[Sessão Reggae] – Falando um pouco agora de vendagem, o Sessão Reggae por apoiar a independência, compra as músicas e CD’s dos artistas, quando esses estão disponíveis. Não foi diferente com o álbum “Novo Dia” da Aline Duran e seu último hit “É com Você”, adquiridos recentemente pelo site da Deckdisc. O que o público que consome o Reggae independente precisa fazer para apoiar seus “ídolos” e fazer com que eles cresçam e com isso produzam mais?

[Aline Duran] – O público precisa entender que comprar um disco pirata só ajuda o cara que está pirateando e se aproveitando de um trabalho suado de outras pessoas. Não está ajudando nem o artista nem as pessoas que estão correndo junto com ele, investindo e acreditando no trabalho, no caso a gravadora. Não se grava e divulga um CD de graça, existe um custo pra isso acontecer e o público precisa compreender esta lógica, pra não “quebrar a firma” e desestimular quem vive da música. Falo isso porque antes de ter uma gravadora, gastei TUDO o que eu tinha pra gravar e lançar minha Demo e mesmo vendendo a preço de custo, meu CD foi pirateado e as pessoas compravam o pirata pra economizar dois ou três reais. O cara que estava pirateando MEU disco pagava as contas dele, eu não. Quase desisti. O público tem de procurar as formas de adquirir o CD sem prejudicar quem o produz, seja na loja, nos shows ou pela Internet. Apesar de a carga tributária ser altíssima no nosso país, conseguimos repassar o disco a um preço acessível para as pessoas, além de disponibilizar as faixas para download por um preço praticamente simbólico no site da Deckdisc. Fazer o que é CERTO é uma questão de CONSCIÊNCIA.



Artista: Aline Duran - Música: É Com Você na TV Sessão Reggae.

[Sessão Reggae] – Após seis anos, temos uma cantora independente amadurecida? O que não repetir nos próximos anos e o que você levará para toda sua carreira?

[Aline Duran] – Quem me acompanha desde o início pode perceber. Nestes seis anos, continuei estudando música, entrei pro CoralUsp e pra Escola de Música pra estudar canto e um pouco de piano também. Estudar é fundamental pra se evoluir como músico, e estar na estrada tocando é a chave pra se amadurecer. Aprendemos as lições que precisamos na vida enquanto nos movemos. Com certeza, me sinto muito mais madura a cada dia que passa, a cada desafio vencido. Os erros servem pra ensinar e com isso, não serem mais repetidos. Uma frase que sempre foi meu lema e que levo comigo é: “Ame a arte em você e não você na arte” (Constantin Stanislavsk). Isto significa amor e entrega no palco e humildade fora dele sempre.

[Sessão Reggae] – Existe alguma banda nova que mereça seu destaque? A Big Brass Fusion é um projeto paralelo?

[Aline Duran] – Gosto do Julgados Culpados, Dom Lampa é um dos melhores quando o assunto é Soundsystem. A Big Brass Fusion é uma banda de amigos que está nascendo agora, com uma proposta que me chamou atenção por misturar Reggae e Jazz. Estamos pensando em gravar algo juntos, mas por enquanto se trata de uma parceria.

[Sessão Reggae] – Deixe um recado para seus fãs e, claro, às bandas, artistas e outros profissionais independentes do Reggae nacional.

[Aline Duran] – Agradeço imensamente por todo o carinho e respeito que recebo dos meus fãs, pela boa vibração que dividimos sempre nos shows; um salve aos guerreiros músicos que estão na caminhada, aos DJ’s que tocam meu som por este Brasil e agradeço também ao apoio dado na divulgação tanto do meu trabalho quanto da música Reggae feita pela galera do “Sessão Reggae” e todos os outros.

[Sessão Reggae] – Nós é que lhe agradecemos por essa oportunidade de falar sobre seu trabalho e por toda sinceridade e transparência falando com o coração aberto sobre sua vida e carreira. A cena Reggae precisa de pessoas como você, que se empenham, são profissionais e trabalham com Jah na mente e no coração.

Espero que tenham gostado tanto quanto nós gostamos de produzir esse material exclusivo para vocês.

Contate-a:
Site oficial: http://www.alineduran.com.br

Paz de Jah! Ótimo 2010!

Abraços,
--
Fábio Judah
fabiojudah@sessaoreggae.com
http://sessaoreggae.com

Sessão Reggae - Independência é a real cultura!