Olá Reggaenautas,
Esse artigo que escrevo hoje, veio através do Mr. Groove, do blog "Maloka Groove", que possui uma sintonia com o trabalho do Sessão Reggae: apoio à música independente e fortalecimento da cena. Visitem e conheçam!
Dentro desse conceito, o Maloka Groove fez uma entrevista com o Buguinha Dub, Produtor Musical, Engenheiro de Som da Nação Zumbi por 5 anos e produtor dos álbuns "Palhaço do circo sem futuro" do Cordel do Fogo Encantado e "Carnaval no Inferno", do Eddie.
E como disse o Mr. Groove, "tendo como essência do seu trabalho a fusão da música nacional com a sonoridade do Reggae e do Dub, os leitores da Maloka Groove (e agora do Sessão Reggae também) foram presenteados com essa entrevista e irão receber com bastante apreço as palavras do adubador sonoro da Manguetown".
[Maloka Groove] - Como você vê esse crescimento monstruoso do movimento Reggae no estado de Pernambuco?
[Buguinha Dub] - Pela vibe do lugar, tem toda sintonia com a música (mar, sol forte, céu azul... hummmm), e a resistência de várias bandas locais também. O Reggae sempre é uma constante no Nordeste, me criei nas ruas de Olinda ouvindo muito Reggae nas festas de rua. Acho que tudo tem um ciclo, o Reggae sempre foi forte em Pernambuco, lembro da época que tocava em todas as esquinas, Edson Gomes, Tribo de Jah a Bob Marley, Alpha Blondy, Black Uhuru.
[Maloka Groove] - Ainda existe preconceito nas rádios e televisão em relação ao movimento Reggae no Brasil?
[Buguinha Dub] - Eu acho que não é questão de preconceito e sim de quem paga o jabá ou não paga, o Reggae normalmente não paga jabá, pelo menos é o que sei. Um dia desses ouvi a música que mixei do Natiruts, com elementos do Dub, tocando na rádio, sabe por quê? Porque a rádio precisa deste público também, tudo é questão de capital e interesse.
Se a rádio precisa do publico Reggae, ela vai tocar com certeza, mas se for outro estilo que faz entrar a grana ela vai deixar de lado o Reggae ou qualquer outro estilo. Hoje temos tantos formatos de rádios direcionadas que não precisamos ficar preocupados com esta rádio convencional.
Por exemplo, minhas músicas tocam em várias rádios do mundo, e sem jabá, por pura vibração. As rádios, como as gravadoras, estão agonizando.
[Maloka Groove] - Você acha que a regulamentação da profissão de DJ vai sair do papel ou é pura conversa fiada?
[Buguinha Dub] - Com toda regulamentação vem junto associações, taxas, carteiras, documentos, que na maioria das vezes só atrapalha o verdadeiro artista. Se eles virem que tem como ganhar dinheiro com os DJ's, com certeza sai dos papéis.
[Maloka Groove] - Seu CD está entre os mais baixados no site Traquitana, qual a sua opinião sobre a música livre na internet?
[Buguinha Dub] - Jahmarraparai! Celebrai! A música não é de ninguém, é energia do planeta, ela circula em cima de nossas cabeças e alguns têm como missão canalizá-las para os ouvidos humanos e tentar tocar os corações. Deveríamos ser livres, mas tem sempre alguém querendo tirar proveito ou escravizar, tomar o poder.
Vejo muita repetição, raramente você ver alguém reciclando arranjos, daí o cara se apodera de uma linha de baixo ou uma levada de bateria, e tem até aquele que tem um teclado e diz: "esta musica é minha", imagina? Não tenho este apego, as músicas do meu CD são livres, quem quiser pode usar à vontade, mas avise que fui eu quem produziu.
[Maloka Groove] - Quais os seus projetos para o ano de 2011?
[Buguinha Dub] - Estou com um projeto de montar "Meu Mundo Novo 2" em Olinda, para dar uma reciclada, descansar, pois faz doze anos que estou em Sampa. Produzir as bandas locais, ficar mais tempo com minha filha, ir bastante à praia, ver os amigos, que isso aqui em Sampa é raro, e lançar o segundo CD da "Vitrola Adubada".
Faça o download do álbum "Vitrola Adubada"
Visite: www.myspace.com/buguinhadub
Conheça: www.malokagroove.blogspot.com
Paz de Jah!
Abraços,
Fábio Judah
Sessão Reggae - Independência é a real cultura!
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